ÍNDICE     


ESCRITORES


José Roberto Vasconcellos


( Falecido em 11 de Setembro de 2022 )


É advogado, historiador, vice-presidente do Condephac de Bragança Paulista. Seus trabalhos sobre a memória de Bragança Paulista são publicados na imprensa local, da qual é colaborador assíduo, com centenas de artigos publicados. Promoveu e realizou exposições de fotos antigas de Bragança, no saguão do Banco Itaú – Ag. Praça Raul Leme (1985/1986).
Cedeu fotos e textos históricos de seu acervo particular à quase totalidade dos livros e revistas editados sobre a história de Bragança Paulista.


rey_naldo@bol.com.br



A recuperação da história


No Brasil enxergam todas estas informações/documentação/memória como um luxo e um luxo que custa caro demais, ao invés de enxergarem como um investimento que fornece condições para conhecer o passado e a possibilidade de construir o futuro.
Bragança Paulista não fugiu desta realidade brasileira. Bragança hoje sofre de um complexo de inferioridade de não ter dado valor ao passado e não ter tentado aprender com os erros do passado.
Viveu e sonhou como "Cidade Poesia". Temos uma necessidade profunda de nos apropriarmos de nossa história (o nome dos antepassados, suas histórias, idas e vindas, amores e desilusões) e a nível oficial não investiram suficientemente na guarda de documentos que permitem reconstituir esta história.
Neste século, muitos homens reconhecendo a grandeza de nossa terra, perpetuaram seus nomes, uns com escritos e outros fotografando a cidade: José Antonio da Silveira Maia, José Maximo Pinheiro Lima, Cyro Jr., Nicolao Asprino Jr, Fernando de Assis Valle, Caetano Zappa, Saturnino Pacitti, João Carrozzo, Zeferino Vasconcellos Filho, Euclides de Souza Mathias, Daniel Deusdeti Peluso (com escritos) r Arthur Centini, José Abramo, Francesco Giaretta Parodi, Victorino Janczur, Agostino Genovesi, Ângelo Rafaelle Lobozzo, Mauro Peluso e Edmar Anderson Amighini (na fotografia). Para a geração de hoje esses nomes são, em regra, totalmente desconhecidos.
Nas bibliotecas escolares e na oficial pouco existe para se investigar sobre a história da cidade. A Câmara Municipal, a partir de 1990, criou seu arquivo de memória de alto padrão e basicamente relativo a história da trajetória dessa Casa. O Museu Municipal possui um acervo textual e fotográfico de um passado longínquo que , guardado em arquivo, talvez nem seja do conhecimento de muitos bragantinos e especialmente dos estudantes. Os particulares muitas coisas "guardam" quer em documentos e fotografias do passado. Uma coisa é certa e séria: quem detém informações, sabendo usa-las, detém o poder.
A fotografia está presente em todo lugar. A fotografia, dado seu baixo custo aparece freqüentemente em grande quantidade nos acervos, entretanto os que as detêm pouco ou nada se preocupam com sua organização e conseqüentemente desconhecem dos conceitos para planejar a organização do acervo. A descontinuidade nas políticas governamentais sempre traz problemas a sistemas de informação ou acervo, bem cuidados num certo momento, recebendo verbas e facilidades, sendo abandonados tempo depois.
Os "projetos-memória" estão se tornando modismo, mas ainda há muita memória para ser resgatada, organizada. Fotos, então, vão se perdendo com uma rapidez assustadora. O quadro não é tão negro quanto pode parecer, principalmente se olharmos para o lado de alguns movimentos em nossa cidade, empenhados em estruturar nossa memória.
"Conhecer o passado é a maior garantia para construir um futuro melhor. A preservação do passado não evita erros novos, mas se as informações forem devidamente analisadas e entendidas, gerando conhecimento, elas podem impulsionar soluções novas. Johanna W. Amit/1994)

-------------------------

José Roberto Vasconcellos Entrevista - 24.03.2004

CURIOSIDADES SOBRE O BAIRRO DO TABOÃO

 


                                                     


(volta)