São só palavras
Homenagem è Associação de Escritores de Bragança Pulista - Ases

São só palavras
Mas nem todas são iguais.
Umas falam de amores,
Outras tantas são banais

Em prosa e versos,
Elas são mananciais
Que saciam nossa sede,
Fazem a gente saber mais.

Quem escreve se dá conta
Do que elas são capazes,
São prazeres e emoções
Que vivemos com a ASES.


Esse velhinho

De uma janela
Vi o velho na invernada
Com suas pernas cansadas
Procurando por seus bois.
Vi num ranchinho
Duas cangas e um arado,
Um carro de boi marcado
Pelo tempo que se foi.

Esse velhinho
Já sem forças para gritar
Não consegue mais chamar
Pelo nome os seus bois.
Só um aceno ele fez para seu gado,
Sonhando com o passado,
Conduzindo dois a dois.

Mas no seu sonho,
Quando se vê acordado,
Num soluço entrecortado
Ele se põe a chorar.
É a lembrança que trazia do garotão
Com o canto do cocão
Quando ia carrear.

Meu velho, a saudade é uma flor,
Sem perfume e sem cor,
Que a gente teima em guardar.
E em guardando
Essa flor não fenece,
Pede a Deus na sua prece
Pra seus dias terminar.