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ESCRITORES


Joarez de Oliveira Preto


Membro da ASES - Associação de Escritores de Bragança Paulista, nasceu em Março de 1942, em Bragança Paulista, filho de Xisto de Oliveira Preto e Antonia Buoso de Oliveira. Casado com Maria José de Lima Preto há quarenta e três anos. Seus filhos: Luis Carlos e Cristina. Seus netos: Aline, Luis Felipe, Mariana e Natália. Foi funcionário do Banco Mercantil de São Paulo S.A. onde trabalhou durante onze anos, transferindo-se para o quadro de funcionários da administração da Empresa Elétrica Bragantina, ali permaneceu durante dezesseis anos. Aposentou-se em 6 de março de 1996 como funcionário do Tribunal de Justiça do ESP, onde exerceu o cargo de oficial de justiça. Iniciou seus estudos no Grupo Escolar Dr. Jorge Tibiriçá. Cursou a Escola Artesanal Coronel Ladislau Leme, no Colégio Comercial Rio Branco, formou-se Técnico em Contabilidade. É Bacharel em Ciências Contábeis, formado pela Universidade São Francisco, nesta cidade. Participou do curso de Contabilidade Gerencial no Centrecon-Itaipava-RJ, Curso sobre Plano de Contas das Empresas de Energia Elétrica, ministrado pelo DNAEE-MME, em Brasília-DF. Atualmente gerente do CETA - Centro Esportivo de Treinamento e Aprendizagem.


Retalhos e Rimas

Sentados à beira do lago,
Retalhos da vida na mente,
O velho, o neto, um afago
Rimas do passado somente.

Pescando saudades no lago,
Retalhos e rimas dormentes,
Sente na idade o embargo,
Conduz a vida calmamente.

A doçura, o rostinho rosado
Têm de ser do sol protegido,
Corrige o boné, d'outro lado
Atende, do avô, o pedido.

Bulindo os cabelos brancos,
Ergueu o chapelão caído,
Trocando sorrisos francos
Vovô e neto comovidos.

Carinhos despretensiosos,
Não sei quem cuida de quem,
Pedaços de céu, deliciosos...
Gostaria eu de tê-los também.


Com quem falo? Posso falar?

Papai, estou a pensar!
Como poderei lhe dar carinho e afeto,
Se quando está por perto
Não me deixa falar?

Sinto um aperto no coração
Quando toca o celular,
Roubando-me tua atenção
Não me deixa falar.

Queria um teu olhar
Obtendo sua atenção.
Mas, os olhos teus nos olhos meus
E falar de coração para coração.

Sabes o que hoje me fez triste?
É que a sociedade não desiste
De te pregar falsos valores.

Eu queria andar pelas calçadas,
De mãos dadas,
Jogar bola, ir pra escola,
Não ligo,
Mas caminhar contigo
E mostrar o meu pai,
Para todos os meus amigos.

Como eu queria que tu ouvisses,
Ocupadíssimo papai,
A frase que o professor disse
E que do meu ouvido não sai.

Papai, perdoa-me, eu amo o senhor,
Mas tem paciência...
Sabe o quê disse o professor?
Tempo é questão de preferência...



(volta)