Nasci
em um lindo domingo ensolarado no dia 31 de janeiro de 1993.Vivi minha
infância inteira numa pequena casa junto a minha mãe e avó, cuja
senhora sempre foi a mais bela inspiração dos meus poemas.Meu despertar
pela poesia se deu aos 9 anos de idade quando venci meu primeiro
recital na escola primária onde estudava. E aos 11 anos comecei a
escrever meus primeiros poemas.
Desde então, brinco para ser poeta na horas vagas.
Sou pedagoga e além de lecionar, escrever é um dos meus hobbies
favoritos, pois é o meu remédio para aliviar as dores terrenas e a
morbidez humana.
Atualmente tenho 31 anos e algumas obras publicadas como: “Me Inspira”,
“Reminiscências”, “Entre Versos” e “Doralice, a fadinha que não sabia
dizer adeus”,meu primeiro trabalho destinado ao público infantil.
“E se me for permitido viver de novo, rogo a Deus para que eu nasça com alma de poeta outra vez!"
A ÚLTIMA ROSA
Tatuei uma rosa
em minha carne quente
a mesma que toquei nos lábios
e depositei em tuas mãos frias.
Teu peito abrigava
aquela rosa de pétalas macias
lastimo que já não sentias
o perfume sagrado que ela exalava.
A repulsa do destino
me fez querer morrer um pouco contigo.
Enquanto descansava em seu leito eterno
minha alma triste
debruçava-se no último adeus.
Nunca houve um dia ensolarado
tão frio quanto aquele
e o céu mesmo distante
em luto me abraçava
tamanha ingratidão do destino
roubar-me a rosa que eu mais amava.
MEUS TEMPOS DE MENINA
Em uma rua qualquer
perdida no mapa
de quitandeiras na calçada
e onze-horas floridas
no peitoril da janela.
Lugarzinho no meio do nada
e a gente alheio a tudo
ao redor do mundo,
ruazinha pequenina
os anos passaram depressa
e a fuligem do tempo cobriu
a singeleza da inocência.
MOCIDADE
Não tenho certeza
mas foi no mês de abril
a grande revolução
pela janela o retrato
de carros apressados
e avenidas congestionadas
tudo alheio ao meu ser.
Comprimida no quarto apertado
eu sangrava a cólera dos justos
rosa desabrochada
prosperidade da fecundação
do lado de fora a vida agitada e rotineira
e eu do lado de dentro
fitando o espelho
com o seio nas mãos.
FASES
Sou mulher de fases
às vezes sol
quente, sagaz.
Às vezes lua
calma seminua.
Às vezes fogo
que arde e destrói.
Às vezes mar
revirando entre ondas e espumas
E às vezes poeta, poesia inacabada
sou de fases, de metades nunca inteiras.
QUERO ESCREVER UMA POESIA
Quero escrever uma poesia
não importa a estrofe
só a rima e o verso.
Quero escrever uma poesia
a mais bela já escrita
entre todos os poetas mortos.
Quero escrever uma poesia
nesta folha amarelada
sob a luz de uma clareira.
Não importa o tremular das mãos
apenas o borrão das palavras no papel.
Quero escrever uma poesia que inspire a vida a voltar pra mim.
PEQUENO POEMA FUNESTO
Se tudo fosse comparado às estações
o mundo seria outono
enquanto eu, primavera.
Se tudo fosse comparado ao tempo
o mundo seria um dia frio e nublado
enquanto eu, uma ardente madrugada.
Se tudo fosse uma canção
o mundo regeria uma orquestra
enquanto eu, estaria em pleno carnaval.
Se tudo fosse considerado loucura
o mundo seria um lugar santo para viver
enquanto eu, arteira aloprada.
Sempre adversa, aventureira
sempre poeta
romantizando a vida.
INUMAÇÃO
Choram senhoras e gritam vozes
na imensa sala fria
onde repousa minha carne estendida.
Todos me olham e não consigo vê-los
visto aquela roupa de antigos carnavais
que pena, já não posso dançar!
Tenho os membros enrijecidos
neles ficaram grossas marcas
dos dias em vida, que a morte me levou.
O silêncio é uma escuridão constante
por onde vaga meu espírito perdido
entre as fantasias dementes do céu e inferno.