Nasceu
numa pequena cidade do interior paulista, Novo Horizonte. Ali viveu
alguns anos e desde os 12 anos de idade mantém interesse pela arte de
escrever. Mudou-se para a capital, anos mais tarde, onde deu início ao
curso de Letras. Ainda em São Paulo, teve a oportunidade de conhecer
vários escritores, época em que publicou seu primeiro livro de poesias,
pela Scortecci Editora, “Reluzir Infinito”.
Conheceu a “hai-Kai”
nesta mesma época e tempo depois teve alguns de seus poemas publicados
numa antologia poética realizada pela Afubesp (Associação dos
funcionários do Banco do Estado de São Paulo). Atualmente é membro de
diversos grupos de poesias.
Mantém uma página no facebook, onde publica seu trabalho, o que inclui
poemas, prosas poéticas, crônicas e pensamentos. Além desta página,
mantém também um perfil no facebook onde publica seus textos. No
Instagram, também podem ser vistas algumas de suas publicações. Neste
ano de 2015, teve a honra de participar de uma antologia poética
organizada e lançada em Portugal, Torres Novas, com sete poemas
publicados.
É membro da ASES – Associação dos Escritores de Bragança Paulista.
Autora do livro “Reluzir Infinito”;
Coautora da antologia Afubespoesia, com três poemas publicados;
Coautora do livro Souespoeta, antologia lusófona, com sete poemas publicados.
RETALHO
Te encontro em mim no que me é verdade
Te vejo em sombras e caminhos sem atalho
O que doeu mais fundo ainda insiste
viver de ti o que de mim existe,
tecer do inteiro o que me é retalho.
Me encontro em ti no que me é mentira
Me perco em sonhos, me oculto em teu regaço
O que feriu mais forte ainda resiste
no que me é dor, meu sofrer persiste
resgatar o inteiro no que me é pedaço!
CAMINHO DAS BORBOLETAS
Chegaste
quando tudo parecia pequeno; nos instantes da estreiteza do silêncio. O
dia, com voz ligeira de vento, falava sobre coisas que já haviam se
consumido. Teu olhar arraigava borbulhas e contratempos. Pousaste a mão
sobre meus ombros, pesados de incertezas, mas havia muita pressa,
redemoinhos. Nossas buscas se desfaleciam nesse tempo roto e impreciso.
Não havia argumentos pra duas vidas sem amarras. Um dia saberás, meu
amor, sobre minhas desistências. Entenderás essa coisa me consumindo
como o ocaso engolido pela noite. Chega a ser bonito e triste, amargo e
necessário. Escolhi o caminho das borboletas. Estranhas borboletas.
Coloridas e silenciosas. Por hoje me habito nesse casulo, nesse vão que
nos sufoca e nos aparta. Um dia entenderás, meu amor, esse doce
recolhido pela leveza dos ventos; esse néctar que alimenta minha alma,
e a seiva que suplanta todos os meus riscos. Saberás desse pouco de
tudo que me transmuta. Que faz de mim o que as manhãs fazem com as
rosas.
CORES DE SETEMBRO
Olho
para esses musgos que incendeiam as janelas e no meu corpo, fundo e
morno, transcende uma lembrança quase dolorida: a chuva caía, fina e
transparente. Invadia o quintal e os canteiros descansados sob o manacá
solitário, mas impassivelmente belo. As gotas beijavam suas folhas e
caíam, desistidas, em pingos lentos e entristecidos que se perdiam,
assim como eu me perdia de ti. Assim como nos perdíamos, num desaguar
eterno, sem cura. Patético. Cansado. Quase findo. Esse dia já não devia
nascer assim, esmaecido, com jeito de ontem. Porque isso já nem
dói do mesmo jeito. Meu amor, a vida não nos pretende mais. Nunca
talvez nos pretendera para a eternidade. Nada além daquela chuva fina e
transparente que umedecia as ramas do manacá. Guardei teu cheiro, que,
às vezes, emana das flores roxas e brancas por todo o setembro. E teu
infinito, tão perto, vai ficando cada vez mais longe. A cada estação
varrida pelo tempo. Porque esse mesmo tempo já nos atravessa. E isso já
não é tão doce quanto antes. O amor tem mesmo esse jeito de chuva;
cheiro de manacá e, às vezes cores de setembro. Tem o poder de nos
tornar pequenos dentro das coisas grandes; de ser tão grande a ponto de
se transformar em renúncia. São asas ao vento migrando rumo à nossa
própria solidão; e quase sempre, sem regressos.