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ESCRITORES


José Solha

Falecido em Julho/2018

Arquiteto, engenheiro mecânico, estudou também filosofia como formação mas, sua paixão sempre foi o desenho, tanto técnico como o artístico. Fez parte do quadro associativo da Associação Paulista de Belas Artes, convivendo com os mais eminentes artistas de São Paulo, como os do Grupo Sta. Helena, como Mario Zanini, Rebolo, Volpi, Durval Pereira, Collete Pujol. Foi aluno de pintura de Dario Mecatti, com quem aprendeu a mais refinada técnica da pintura italiana. Trabalhou como desenhista na Shell do Brazil S/A e Gasbrás do Brasil e como analista de processos na Ford Motor Company onde se aposentou, para se dedicar profissionalmente à pintura durante 3 anos. Quando estudante em Bragança Paulista, participou do Teatro Bragantino de Comédia, foi fundador da Federação Estudantil Bragantina, do Legionários Futebol Clube e do CCBC, estudou inglês na Aliança Brasil Estados Unidos e japonês, por 3 anos, na Aliança Cultural Brasil Japão. Foi sempre um amante da leitura, principalmente da poesia.



PARA PINTAR COM A ALMA


Lago, barcos, montes,
e o sol a se pôr no horizonte...

Velas brancas apressadas
voltando da velejada !

No meu carro, um cigarro,
fumava embevecido !

Nuvens negras, de tão longe
traziam chuvas pesadas...

Ao meu lado, minha amada,
ouvia emocionada,
Vinícius a declamar...

Passa o tempo...
chuva, vento,
entram no quadro que vejo !

O sol no entanto, distante,
pinta de ouro brilhante,
aquele cenário divino...

Mas, como a chuva não passa,
minha querida me abraça,
formando um terceiro plano.

O sol no horizonte morrendo,
a chuva no lago batendo,
e no meu carro, amor ! ...



B U S C A


Te procurei nas asas da gaivota
Quando o mar sereno convidava-nos ao banho,
E nessa busca, minha calma se esgota,
Dando lugar à esse sentimento estranho.

Tentei ouvir tua voz no som do vento,
Porém tão calmo era a brisa nesse dia,
E quanto mais ardente era meu intento,
Tanto maior se punha a calmaria.

No sol busquei a luz do teu olhar,
Como um sedento busca louco sua fonte,
Porém não pude muito tempo assim ficar,
E o sol tão lindo escondeu-se no horizonte.

Busquei-te então no brilho das estrelas,
Tão preso estava pelo teu encantamento,
E me lancei tão perto para vê-las,
Que me perdi no grande firmamento.

Depois, cansado nessa busca inglória,
De tanta pena e tanto sofrimento,
Fui te encontrar no fim da minha história,
Para acalmar meu triste desalento,

Como uma palma, meu laurel e glória,
No coração onde te pus; - Cá dentro.....


meu anjo

MEU ANJO

Mãos macias
em carícias
no meu rosto...

Um sorriso
que aquece
o meu peito...

Um abraço
tão gostoso
que sufoca...

E minh´alma
vibra alegre
desse jeito.

É um anjo
alegrando
meu ocaso...

Como prêmio
pelas coisas
que nem fiz...

Não tem hora,
não tem tempo,
não tem prazo...

Esse anjo
sempre foi
o que mais quis.

Esse anjo
é aquele
que venero...

E consigo
traz a luz
com muita graça...

Aparece
quando menos
eu espero...

Distribuindo
tanto amor
por onde passa!


(volta)