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ESCRITORES


Henriette Effenberger


Sócia pioneira e ex-presidente, é atualmente Diretora de Eventosda ASES . Formada em Administração de Empresas pela Universidade São Francisco, é poeta, contista e cronista. Co-autora do romance: A ilha dos Anjos e dos livros Aeroclube de Bragança Paulista- uma trajetória nas asas do tempo e Liga do Pico, Futebol e Pinga.
Participa ativamente de movimentos literários e recebeu dezenas de prêmios tanto em prosa como em verso, em concursos literários. Estão no prelo, para lançamentos previstos em 2008, o livro de contos Linhas Tortas e o infantil As aventuras de Superagora.

email: henriette2007@gmail.com



A DIVINA COMÉDIA

" ... a humana fala a natureza expressa;
Por ela o modo de falar deixado
ao homem está, segundo lhe interessa."
( Dante Alighieri - A Divina Comédia)



Coloquei, a tocar, um disco de Ellis
( morta, famosa e infeliz!)
Estava rodeada por mortos:
Lia Dante, ouvia Ellis,
Posso até ouvir os anjos
falarem com Beatriz...
Ao mesmo tempo, clara,
entoa a voz de Ellis.
Além do que
Chovia... Talvez, fosse eu a única
a perceber a ironia:
há mais morte entre os vivos
que vida a ser cumprida.
Memórias...
Lâmpadas...
Fuligem....
Cinza pintando o breu
e mais escura que a noite
estou eu
arrebanhando meus mortos
guardando suas memórias,
acendendo suas luzes,
limpando suas fuligens.
Enquanto isso, a vida corre...
Lá fora
paixões e desencontros,
trabalho e ócio.,
indiferença e morte,
(Olhe lá, ela rondando de novo!)
Palavras não escritas,
frases esquecidas,
beijos não dados,
amor resguardado.
O nó
da vida
se desfaz
sem
dó...


À luz das lamparinas....

À luz da antiga lamparina
orei,
sonhei,
chorei com meus olhos de menina.

No breu das noites sem estrelas orei,
sonhei,
chorei, buscando tê-las.

À meia- luz das noites mal dormidas
orei,
sonhei,
chorei por paixões mal resolvidas

E, mais tarde, com meus olhos de mulher
aprendi a orar,
sonhar,
chorar por uma razão qualquer

Por nostalgia das antigas lamparinas
ou dos meus olhos puros de menina...

Pelas noites impunemente mal dormidas
ou por viver de paixões mal resolvidas
no breu das noites sem estrelas...

Pois nem com meus olhos de mulher
consegui vê-las...



(volta)