Decrepitude
Todo dia me deparo
Frente a frente,
Eu, minha nudez
E entre nós o espelho.
Perscrutando o silêncio
De olhos baços e vermelhos
Vejo a marca da solidão
Na flacidez dos meus traços,
Ausentes de desejos. Cada vez mais
Limito meu espaço,
Cada vez mais
Tristezas e cansaços,
Cada vez mais
Olhar vago, perplexo
Lentidão nos passos.
Esquecimentos
Frases sem nexo.
Já não sei distinguir,
Vendo essa imagem
Embaçada, sem vida
Quase apagada,
Quem realmente sou eu
Quem, é o triste reflexo.

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