No Paraíso

 

Ansiosamente
Passeio o meu desejo
Por seu corpo jovem,
Frágil e perfeito.
Suavemente
Num longo beijo,
Deslizo como serpente
Que envenenou o paraíso
E faço ninho em seu peito.

Docemente
Busco escuros e saliências
Num jogo de luz e sombra
Que limita o contorno
De seu ser quase irreal,
Onde tento saciar essa sede
Que não se dessedenta,
Por ser fonte divina
Do amor mais puro e natural,
Insensatamente
Imposto à humanidade
Como pecado original.