UM ECO DE VIDA

          Estamos sempre indo ao encontro da Vida.
          Às vezes a descobrimos diante de uma esquina ou na mesa de uma lanchonete. Por outras, a vida se abre para nós, através dos inúmeros contatos que travamos.
          Diante das batalhas vencidas, chegamos a crer que realmente estamos de bem com a vida. Quando há derrotas, a rejeitamos, desistimos facilmente de lutar, e por isso renunciamos à Vida.
          Mas a vida está aí e não pára. Paramos nós, quando perdemos de vista nossos valores, nosso potencial, nosso eu criativo.
          Ou, até quando, desafiando-a, nos tornamos seus inimigos, e fazemos tudo para ir de encontro com "uma outra existência", que desconhecemos e não temos elementos para comparar e optar. Aí sim, parece que finalmente damos fim à Vida.
          Mas, será que de fato podemos ser tão prepotentes, a ponto de acabar com a Vida? Deixar de viver, de ser, de continuar?!...
          As experiências que me permitiram estar hoje, de bem com a Vida, depois de tanta rejeição a ela, me fez concluir que somos de fato, senhores (responsáveis ou não) de nossas vidas e da mesma maneira que nos relacionamos com ela, colhemos desse investimento um fruto. Bom, ruim, agradável ou venenoso... sei lá.
          Se é que podemos construir nossas definições em cima do que vemos, observamos, analisamos, concluímos, taí uma boa dica prá se começar a pensar nela: na vida.
          Porque a vida não pára. Dinâmica, Perpétua, Forte, ela está sempre pronta para ser desafiada.
          E, como desafiante, um dia, também eu, pude defrontar-me cara a cara comigo mesma, com a Vida que as minhas experiências emoldurarem, e hoje, em meio a tantos embates, restou-me uma enorme coragem para desnudar a Vida que eu não vivi, na que eu vivi, por que vivi, como vivi...
          Você por certo estará vivendo uma vida que não se parece em nada com a minha, mas que pode apresentar muitas semelhanças com outras vidas que fazem parte da sua.
          E, se achar válida a comparação, não perca a oportunidade de tomar parte não somente nas mesmas dificuldades, mas, faço votos de que possa atuar decididamente nos mesmos lances felizes e vitoriosos, que me fizeram crescer, além dos erros e dos fracassos.
          Afinal, Ser Jovem é postar-se a cada dia diante de uma enorme estrada, com várias encruzilhadas. Por qual delas se deve enveredar, será sempre uma opção pessoal. A escolha acertada pode não vir na hora da partida, mas estará por certo, no momento da chegada. Porque partir é sempre um começo, mas chegar à rota traçada pode não ser a reta final. Depende do lutar. Testar estratégias. Unir forças. Olhar para o alto.
          Porque Ser Jovem é buscar o infinito. E o infinito é o eco mais alto de nossas vidas.
          Sim, porque a vida, cada vida, emite seus próprios ecos.
          Trata-se-nos antes, de escutarmos os nossos próprios, para não nos deixarmos ensurdecer depois, pelos ecos alheios...