ÍNDICE
ESCRITORES
Marina Gomes de S. Valente
POEMAS
MINHA TERRA
Bragança Paulista,
berço de amor, minha terra...
Do alto de tuas colinas,
como é belo contemplar-te
emoldurada pela serra!
Por entre vales e encostas,
recendes encanto e magia,
inspirando certamente
quem te chamou docemente:
“Bragança – Cidade Poesia”.
Em tardes calmas, andorinhas
exibem coreografias nas praças.
Bem-te-vis e Joões de Barro
despertam ao raiar o dia,
bandos de alegres maritacas.
Com o sol a iluminar-te,
em tuas ruas estreitas,
num vaivém colorido
de gente, de carros e motos,
ruidosamente te enfeitas.
O coração de teu povo
muita fé e devoção encerra...
Conceição Imaculada
é tua santa padroeira.
Berço de amor, minha terra...
A VELHA MANGUEIRA
Vês aquela velha mangueira tão bela?
Foi ali plantada um dia por meu pai;
sua sombra frondosa o calor debela,
pássaros, abelhas e insetos, atrai.
Em seus galhos me sentava ainda criança
e ali, tranquila, estudava com sossego.
A corda amarrada ao galho era a balança
onde embalava meus sonhos no aconchego.
Suas frutas que pendiam sazonadas,
eram mais doces do que favos de mel
e a mangueira, o meu olorante dossel.
Hoje estamos por um muro separadas:
ela, ainda agasalha pássaros nos ramos,
eu, a saudade do que vivenciamos.
GARIMPO
Vou garimpar nos rios de minha alma
pedras preciosas de sabedoria;
desejo enriquecer com muita calma,
meu espírito, minha primazia.
E, assim, reconstruir a minha vida,
sepultando meus medos e fobias,
reavivando minha alma combalida:
novos sonhos e novas alegrias.
Vou juntar, um a um, os diamantes,
puras gemas do amor mais exigente;
do coração, suprir suas carências.
Não mais verei o mundo como antes,
cada ser será jóia resplendente,
pois será visto além das aparências.
TARDES DE VERÃO
Ah! Tardes calmas, lânguidas, tão mornas,
em que o sol traz a ardência para o chão...
Convidam-me à inércia e a madornas
na rede à sombra do caramanchão.
Chispas de luzes brincam na paisagem,
(e o flamboaiã é qual fogueira acesa);
infiltram-se entre as rendas da folhagem
e vêm beijar os brincos de princesa.
Da minha infância, ah, tardes fagueiras!
Folguedos mil, folia, reinação,
sob o frescor dos galhos das mangueiras.
Ledas tardes da minha mocidade!
Lembranças do namoro no portão...
É tarde e o coração sente saudade.
SEMENTEIRA DE AMOR
O jovem que, passo a passo, semeia amor pela vida,
vai preparando o regaço para o ancião reclinar
a cabeça encanecida.
É bendita a sua colheita onde a amizade floresce
e a fraternidade enfeita;
onde a união frutifica e o amor amadurece.
Onde estão os que se amam, tranquila é a semeadura
e sereno o ceifador.
Num anelo de doçura paz é o fruto do amor.
DÚVIDA
Não sei se contemplo o céu,
se o céu é que me contempla
com seu olhar de candura,
nas noites enluaradas,
com a estrela d’alva tão pura,
a me fitar na alvorada.
Só sei que sinto uma luz
mais forte que a luz dos astros
a iluminar meu espírito.
Uma luz que me seduz,
me fascina e me conforta.
Não sei se contemplo o céu,
se o céu é que me contempla,
mas isso já não me importa.
TROVAS
É preciso ter
cautela
Sonho um mundo colorido
antes de julgar
alguém;
flores perfumando a estrada,
pode ter uma alma
bela
sem um ai, sem um gemido
quem nos parece um
ninguém.
de criança abandonada.
Não eleja a sua musa
apenas pela beleza
ou pelo traje que usa,
mas pela graça e pureza.
Vamos cantar irmanados Quem vive com retidão
a mensagem de
Natal!
e age com sinceridade,
Proclamá-la
entusiasmados,
ostenta em seu coração
em corrente
universal.
o ornamento da Verdade.
Uma ovelha desgarrada
o pastor traz pela mão;
não a deixa abandonada,
dando o exemplo da inclusão.
(volta)
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