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ESCRITORES


Candida Maria de Lima Papini


RIO JAGUARI


Um mar de água doce
era o doce Rio Jaguari,
que foi o cenário deslumbrante
de uma infância inesquecível,
onde os melhores momentos vivi.

Perene, descia,
corria, sem nunca chegar...
Em seu leito navegava,
ondulando sua cauda esverdeada,
qual esguia sucuri.

De repente,
uma curva perigosa,
uma cadeia de rochedos
e um precipício...

Para ele, não era nada.
Parecia não ter medo.
Imperturbável e imponente,
o rio prosseguia,
mergulhando, tresloucado,
no abismo de brumas
e numa fúria quase louca,
escorria,
dissoluto,
arrebentando-se em espumas...
E o tapete branco,
fluido, frio
e borbulhante
desaparecia
na correnteza do rio...

E logo adiante,
uma nova paisagem:
o lago fascinante,
que minha imagem refletia.

Espelho d´água,
espelho d´alma,
que se fundiam
numa terna miragem
de dedos longos,
acariciando minha face,
umedecida pela aragem.

Foi um divino presente
ter nascido num lugar assim,
ter um rio insinuante,
que embalava meus sonhos,
e uma cachoeira inquietante,
que tocava para mim...
Músicas etéreas...
Sonatas sem fim.

Meu Deus!
O paraíso existe
e está ao nosso lado.
É o lugar que amamos
e onde nos sentimos
amados...

Um paraíso, foi meu doce

RIO JAGUARI...






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